Poesias

OS CHEIROS DA TERRA

Na tarde do décimo-sexto dia
da brotação de tuas penas
para que não apodreças, calada, e exales,
a encher a boca de sal, galgarás os degraus
dos sentidos. Dos cheiros da terra, perfumarás
de lavanda os poros nas lunações, de ouro a pele
ensolarada. Brincando nos cachos, lambuzarás
a boca de amoras. De tanto estudar o vôo dos pássaros,
dos sonhos brotarão asas. De ouvir as águas, os ventos
erodindo a pedra, cultivarás com o ócio da serenidade
o dom das metamorfoses. Com os dínamos do coração
iluminarás pelas artérias o sangue corrente nos bulbos
[da alegria.


18/10/2011

 

 

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